Todo ano é a mesma coisa. Escolhemos várias cores durante os meses para representar
causas, visibiliza-las, reconhecer lutas e ampliar campanhas de saúde. O Brasil
tem vários exemplos disso. Entre os mais
conhecidos estão: maio amarelo, que
busca conscientizar sobre segurança no transito; o outubro rosa, para prevenção
ao câncer de mama; junho vermelho, campanha de doação de sangue e setembro amarelo.
Esta última, que tem como objetivo conscientizar sobre a prevenção ao suicídio,
vêm se tornado uma das campanhas mais comentadas nas redes sociais.
Durante o mês, várias pessoas compartilham
tirinhas, vídeos, e relatos sobre a valorização da vida, formas de buscar
ajuda, e a empatia com o próximo. Entretanto, as manifestações com o assunto
muitas vezes, – perceba que disse MUITAS VEZES, não SEMPRE –, não passam de
posts em redes sociais. E não é muito difícil
de se perceber isso. Basta olhar paras as pessoas que gastam seu português no
facebook, twitter e instagram, e suas ações na vida real, no dia a dia.
A sensibilização à causas e
histórias distantes é irônica comparada com a cegueira do universo próximo. Por
que sua empatia não enxerga àquilo que está do seu lado? Eles estão sempre aí. É aquela pessoa
diferente de você que é ridicularizada na infância, é o “baitola”, o “viado” e
a “mulher macho” que estudavam com você na escola. É a menina do cabelo crespo
que você vivia chamando de duro, é a “baleia assassina”, é a “vara-pau”, são colegas
de salas que são excluídos dos grupos da faculdade.
Pessoas desistem de estudar,
trocam de escola, de períodos, trancam faculdades, abandonam seus sonhos. Não
porque não gostam, mas porque elas já não suportam estar em um ambiente onde
não são bem vindas, onde se sentem excluídas, deslocada, sós.
De acordo com a pesquisa de 2012
da Organização Mundial de Saúde, cerca de 800 mil pessoas por ano cometeram suicídio.
A cada trinta segundos uma pessoa tirou a própria vida no mundo. No Brasil, em 2017, o primeiro boletim epidemiológico
realizado
pelo Ministério da Saúde, revelou que cerca de 11 mil pessoas se suicidam todos
os anos no país.
Atos “bobos”, “inocentes” podem ser
gatilhos para pessoas que sofrem com depressão, distúrbios alimentares, e falta
de autoestima. Diariamente, e em especial, nas redes sócias, pessoas distribuem
comentários maldosos, disseminam ódio gratuito, julgam a vida alheia como se
fosse delas, impõem verdades, ditam o que o outro deve comer, o que deve vestir,
em quem deve votar, quanto devem pesar, com quem devem se relacionar. Dizem como
arrumar o cabelo, como se maquiar, como educar os filhos, que religião ter, etc.
Elas passeiam entre a opinião e a
disputa de ego como se as duas fossem sinônimos. Negam-se a ouvir o que não concordam,
pois só precisam satisfazer a sí mesmos. Sim, alguns atos podem ter consequências
fatais na vida de alguém! Não julgue a realidade do outro, não menospreze o seu
sentir só porque VOCÊ não sente, não desmereça ninguém. Não seja empático apenas em setembro, seja o
ano inteiro. Não esteja atento apenas em setembro, esteja sempre. Não espalhe
vídeos, textos, e tirinhas apenas durante a campanha, seja o sol na vida de
alguém o ano todo. Ajude!
Se você está passando por um momento complicado e precisa de ajuda, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo site : https://www.cvv.org.br, ou ligue 188. A ligação é gratuita, pode ser realizada de todos os lugares do país.
Você também pode obter ajuda nos Centros de atenção psicossociais
(CAPS), Ambulatórios de Saúde Mental e Unidades Básicas de Saúde da sua região.
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